Equipes de cinco estados identificam seqüências de DNA que podem tornar o eucalipto mais resistente à seca e às doenças
Nos próximos meses devem brotar no laboratório do agrônomo Ivan de Godoy Maia, em Botucatu, interior de São Paulo, os primeiros pés de tabaco com uma característica especial: genes que não são originalmente dessa planta de folhas verde-claras grandes, largas e macias, mas do eucalipto, árvore de até 35 metros de altura e folhas duras em forma de lança. Desde o final de 2005 Maia trabalha na preparação de seis genes dessa árvore aparentemente ativos em um único tecido vegetal – a folha, o caule, a raiz, a flor ou o fruto – para implantá-los no tabaco.
A razão para produzir pés de tabaco transgênico é que essa planta cresce e atinge a fase reprodutiva em cerca de seis meses, ao menos 12 vezes mais rapidamente que o eucalipto.
Assim, é possível confirmar em pouco tempo em qual tecido vegetal cada um desses genes atua e sua provável função. Controlar esse ou outros genes é o primeiro passo para criar árvores de eucalipto mais resistentes à seca e às pragas ou capazes de produzir madeira de melhor qualidade para a extração de celulose e a produção de papel.
Esses experimentos com tabaco ou com outra planta-modelo, a Arabidopsis thaliana, são o que os geneticistas chamam de genoma funcional – neste caso, é a terceira etapa do projeto Genoma Eucalipto, o primeiro genoma de árvore seqüenciado no Brasil. Espera-se que em alguns anos os resultados obtidos em laboratório formem plantações mais produtivas de eucalipto.
Fonte: http://agencia.fapesp.br/index.php?s=153,3,2906&aq=s
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Os genes do papel
15 março, 2006Postado por Admin às 09:08
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