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Gene do nascimento prematuro

22 agosto, 2006

Pesquisadores descobriram um sinal genético que pode ajudar a prever o risco de um nascimento prematuro.

A descoberta, publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, também pode explicar por que mulheres negras – de ascendência africana – parecem ter maiores riscos de dar à luz bebês prematuros do que mulheres brancas – de ascendência européia.

Pesquisadores americanos perceberam que a freqüência com que o sinal genético era encontrado nos bebês negros era três vezes maior do que nos bebês brancos.

Bebês prematuros correm um risco maior de ter uma série de problemas de saúde, incluindo dificuldades no aprendizado, problemas respiratórios e perda de visão e audição.

Existem vários fatores que ajudam a prever o risco de um nascimento prematuro, mas até agora não há explicação para cerca de metade dos casos.

Tratamento direcionado

Se os médicos puderem receber um alerta prévio sobre a possibilidade de uma mulher ter um bebê prematuro, eles poderiam adaptar o tratamento com medidas que minimizem o risco de um nascimento antes dos nove meses de gestação.

O médico Jerome Strauss, da Universidade Virginia Commonwealth, examinou o gene SERPINH1, que controla a produção da proteína colágeno, um dos principais componentes dos tecidos do corpo humano, incluindo cartilagem, ligamentos, tendões, ossos e dentes.

Ele identificou uma variação do gene que causou a produção de uma quantidade reduzida de colágeno.

Este poderia ser o fator determinante durante a gravidez, já que poderia levar à formação de membranas fetais enfraquecidas, aumentando as chances de seu rompimento e resultando em um nascimento prematuro.

"Este é um exemplo de como a hereditariedade pode desempenhar um papel em complicações durante a gravidez e como fatores genéticos podem contribuir para diferenças raciais na incidência de nascimentos prematuros", afirmou Strauss.

"Ao entender melhor esta variação genética, nós esperamos ser capazes de identificar gestações com maior risco de nascimento prematuro e intervir para preveni-lo."

Lucilla Poston, da organização beneficente para bebês, Tommy's, disse que pesquisas anteriores sugeriam que fatores genéticos influenciavam em nascimentos prematuros, mas não de forma determinante.

"Este estudo recente é empolgante, por ter mostrado uma ligação forte entre este gene e a ocorrência de nascimentos prematuros", disse Poston.

"Porém, os números analisados foram pequenos e como em todos os estudos deste tipo, precisamos esperar investigações em populações muito maiores para confirmar a observação."

Fonte:
BBC

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