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OMS envia cepa H5N1 ao Brasil

28 agosto, 2006

Uma nova cepa do vírus H5N1, causador da gripe aviária, está chegando ao Brasil, depois que a primeira, enviada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no início do ano, mostrou-se ineficaz na produção de uma vacina contra a doença.

O anúncio foi feito pelo secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Em março, o ministério divulgou que o país começaria a produzir, ainda no primeiro semestre, 20 mil doses da vacina, em uma unidade piloto do Instituto Butantan, em São Paulo.

“O problema é que a cepa cresceu pouco na cultura e apresentou baixa capacidade imunogênica, isto é, uma capacidade de proteção insuficiente”, disse Barbosa à Agência FAPESP na sexta-feira (25/8), último dia do 11º Congresso Mundial de Saúde Pública, no Rio de Janeiro.

De acordo com o secretário, dessa vez, para expandir a capacidade de proteção ao vírus, serão usados adjuvantes no imunizante. Ele acredita que a produção piloto estará concluída até o fim do ano. No primeiro semestre de 2007, deverá ser inaugurada uma fábrica de vacinas contra o vírus. “Isso coloca o Brasil no circuito dos produtores de vacinas contra o H5N1. A OMS já conta com o Instituto Butantan como um dos produtores”, destacou.

A idéia é que a unidade produza imunizantes não somente para a gripe aviária, mas também para a gripe sazonal. Com a instalação da nova fábrica, o Brasil passará a ser o primeiro país não desenvolvido a produzir vacinas contra tipos de vírus de influenza. Atualmente, o país tem que importar de 18 a 20 milhões de doses da vacina por ano, para serem aplicadas em indivíduos com mais de 60 anos. No mundo, apenas oito países produzem vacinas desse tipo.

“Com o uso de adjuvantes, poderemos ampliar a produção da vacina da gripe sazonal e atender também crianças com doenças respiratórias, como a asma”, afirmou Barbosa. Segundo ele, a produção da nova fábrica trará benefícios à economia do país. “Queremos passar a exportar vacinas para países no hemisfério Norte”, disse.

Em relação às previsões propagadas no primeiro semestre, de que a gripe aviária chegaria ao Brasil em setembro, o secretário ressaltou que o fato de ser um mês de chegada de aves migratórias não quer dizer que isso represente um perigo.

“Em setembro, começa a temporada de aves migratórias no Brasil, que vai até maio. Não podemos dizer que é impossível detectar uma ave migratória doente em nosso país. Mas é bom esclarecer que a chegada de uma ave com H5N1 não significa potencialmente um risco à saúde pública. A Europa Ocidental provou isso”, disse.

Para o secretário, a solução é o controle. “Na Ásia, não foi possível fazer isso por razões econômicas. Temos que conter o mal enquanto ele ainda é uma doença veterinária. No Brasil, temos planos de monitoramento em todos os pontos de pouso das aves que vêm dos Estados Unidos, do Canadá e do pólo Sul, mesmo não tendo ocorrido nenhum caso da doença nessas regiões”, disse.

Fonte:
Agência FAPESP

1 comentários:

Anônimo disse...

Recentemente li uma matéria sobre 2 casos na China com uma vitima e gostaria de saber atualizações sobre esse processo de desenvolvimento de vacina.

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