American Journal Experts

Gene de hormonio do crescimento

06 abril, 2007


Mutações em gene de hormônio do crescimento perpetuam as raças de cães de porte reduzido.

O cachorro doméstico (Canis familiaris) tem a maior diversidade de tamanhos entre os mamíferos hoje existentes, característica que há tempos intriga os cientistas. Mas agora pesquisadores norte-americanos e britânicos acreditam ter encontrado a resposta para essa questão: eles identificaram um trecho do genoma canino que faz com que cachorros de raças pequenas mantenham o porte reduzido. A equipe de Nathan Sutter, do Instituto Nacional de Pesquisas sobre o Genoma Humano (EUA), descobriu que animais de raças pequenas carregam uma ou mais mutações num gene, o IGF1 (Insulin-like Growth Factor), que produz um hormônio associado ao crescimento de seres humanos e de outros mamíferos. As alterações genéticas fazem com que os animais tenham em seu sangue uma quantidade menor desse hormônio e continuem para sempre com suas dimensões reduzidas. O gene IGF1 fica no cromossomo 15 dos cães.

“Todos os cachorros com menos de 10 quilos têm essa seqüência alterada, todos eles. Isso é extraordinário”, diz K. Gordon Lark, da Universidade de Utah (EUA), um dos autores do trabalho. O Rottweiler é uma exceção à regra: apesar de grande, a raça também tem o trecho de DNA que caracteriza cães pequenos. Isso leva a crer que há outros fatores genéticos, ainda não descobertos, que também influem no tamanho dos cães.

Os estudos se iniciaram com o cão d’água português, raça cujo tamanho varia muito. Os autores contaram com a ajuda de centenas de donos de cães em todos os EUA para obter amostras de DNA e medidas de mais de 500 cães dessa raça. A análise desses dados levou à descoberta da região em que o gene que controla o tamanho do corpo dos animais se encontrava. Para confirmar a hipótese de que as mutações no gene IGF1 eram importantes para determinar o porte dos cães, o estudo foi expandido para outras raças. No total, foram analisados os genomas de 3.241 cães de 143 raças, desde as de menor porte, como o chihuahua e o pequinês, até as de tamanho avantajado, como o são-bernardo e o mastim.

De acordo com os pesquisadores, os cães de pequeno porte podem ter surgido em razão de uma dificuldade adaptativa de lobos selvagens pertencentes a raças de dimensões reduzidas, que não podiam sobreviver na natureza, mas se deram bem ao lado do homem. Outra teoria sustenta que a origem dos pequenos cães pode ser fruto de uma escolha de nossa espécie: os humanos que domesticaram os primeiros cachorros podem ter simplesmente preferido criar animais de porte menor.

Fontes:

A Single IGF1 Allele Is a Major Determinant of Small Size in Dogs. Sutter et al. Science 6 April 2007: Vol. 316. no. 5821, pp. 112 - 115.

Revista Pesquisa FAPESP.

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